– “Não à desqualificação do Interior”. Alto Tâmega reclama

fotografia presidente CMChaves

Autarcas reúnem-se com Passos Coelho. Sucessão de encerramentos de serviços é o assunto central do encontro solicitado pela Comunidade Inter-Municipal do Alto Tâmega. “Não queremos o que o Litoral tem (…) só não queremos que se desqualifique o Interior”, diz o presidente da Câmara de Chaves.
Os seis autarcas do Alto Tâmega – Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços – encontram-se, esta quarta-feira, em Vidago, com o primeiro-ministro, para uma reunião em que vão ser discutidos temas como o “encerramento de serviços” e a “desqualificação do Interior”.
“Nós não exigimos serviços novos, não queremos o que o Litoral tem há muitos anos e que nós nunca tivemos. Nós só não queremos que se desqualifique o Interior”, disse à Renascença o presidente da Comunidade Inter-Municipal (CIM) do Alto Tâmega, a entidade que solicitou a reunião com Passos Coelho.
De acordo com António Cabeleira, uma das questões que merece maior contestação na região é a reforma do sistema judiciário, no âmbito da qual, por exemplo, Chaves deixa de ter tribunal de comarca e Boticas perde mesmo o seu tribunal. cerrado. “Não faz sentido encerrar tribunais”, argumenta o também presidente da Câmara de Chaves, sublinhando que medidas deste tipo colocam em causa a própria soberania, uma vez que “ser município significa a administração da justiça”.
O autarca considera ainda que, “ao obrigar as populações a deslocarem-se”, o encerramento de tribunais vai “aumentar o absentismo, diminuir a produtividade e afastar a decisão dos cidadãos”.
O anunciado encerramento de repartições de finanças, serviços da segurança social, escolas e a perda de valências no hospital de Chaves são outras das preocupações que os autarcas vão abordar com Pedro Passos Coelho.
Ao primeiro-ministro vai ser pedida “a criação da unidade de saúde do Alto Tâmega”, para que o hospital de Chaves, que foi integrado no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes, volte a ter as valências que possuía em 2006.
“Ninguém quer ter um hospital polivalente, não queremos ter as especialidades todas, queremos ter aquelas que já tivemos e perdemos”, sublinha António Cabeleira.
Municípios disponíveis para assegurar serviços
O presidente da CIM do Alto Tâmega espera sensibilizar o chefe do Governo para que “algumas das reformas implementadas possam ter retorno”, afirmando que “se a questão é económica, os municípios do Alto Tâmega, estão disponíveis para tornar o país eficiente, sem gastar mais dinheiro e sem desqualificar o território”.
Cabeleira deixa o desafio: “Aquilo que se gastava com o hospital de Chaves em 2006, que seja posto à disposição dos municípios, que a comunidade inter-municipal resolve o problema da saúde com esse dinheiro. Aquilo que se gastava com a justiça, antes desta reforma, que ponham à disposição da comunidade inter-municipal, que nós resolvemos a questão com o mesmo dinheiro”.
“Queremos continuar a trabalhar para que Portugal saia desta crise, queremos contribuir de uma forma líquida para que isso aconteça, mas não podemos ser contribuintes líquidos para a desqualificação do país”, rematou o presidente da CIM do Alto Tâmega.
Renascença

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