Situado na zona noroeste de Portugal, o concelho de Boticas, correspondendo a uma parte da antiga terra do Barroso, pertence ao distrito de Vila Real. Foi criado em 1836, no âmbito da reforma administrativa e da divisão territorial nacional desencadeada pela Segunda Revolução Liberal de 1832. Apesar da fundação do concelho datar do século XIX, muitos são os vestígios que constituem a biografia histórica de Boticas.
Castros pré-históricos e variadíssimos monumentos romanos, como a estrada de Ardãos, são testemunha da presença de antigos povos na região. Uma das mais conhecidas tradições de Boticas tem que ver com o seu vinho, hoje conhecido como “vinho dos mortos”. Conta-se que as populações locais, aquando das invasões francesas, enterraram o seu vinho para evitar o saque, uma prática que continuou até aos dias de hoje.
A região é também conhecida pela sua rica gastronomia tradicional, à base, sobretudo, de pratos típicos confecionados com carne barrosã, que tem a proteção da denominação de origem, já famosa a nível nacional e internacional. A carne de porco merece destaque, sendo um dos alimentos mais relevantes na região.
Pela sua importância, a câmara municipal organiza todos os anos a Feira Gastronómica do Porco, em meados do mês de janeiro, um dos eventos de excelência de toda a região e uma das melhores feiras gastronómicas do país. O certame tem como principais objetivos a promoção da gastronomia do concelho e dos seus pratos tradicionais, impulsionando o desenvolvimento da economia local, contribuindo para uma eficaz valorização divulgação dos produtos da região barrosã.
Atualmente, o concelho é constituído por 10 freguesias: Alturas do Barroso e Cerdedo; Ardãos e Bobadela; Beça; Boticas e Granja; Codessoso, Curros e Fiães Do Tâmega; Covas do Barroso; Dornelas; Pinho; Sapiãos; Vilar e Viveiro.
Presidente: Fernando Eirão Queiroga
População: 5 000 habitantes (Censos 2021 INE)
Área Geográfica: 322 km2
Web: www.cm-boticas.pt
O concelho de Chaves desenvolve-se ao longo do vale do rio Tâmega e pertence ao distrito de Vila Real.
Com um rico património arquitetónico, são diversos os vestígios legados por civilizações pré-históricas, exemplo de verdadeiros povoamentos, como os diversos castros situados nos montes da região.
Também o domínio romano se fez sentir, de que é exemplo a ponte de Trajano, construída sobre a via Bracara-Astúrica, e os balneários termais de águas mineromedicinais.
Chaves foi um núcleo urbano importante, elevado a município no ano de 79, sob o domínio de Vespasiano, primeiro César da família Flavia, devendo-se a este a antiga designação da cidade: Aquae Flaviae.
A ocupação romana, verificada até ao início do século III, foi-se diluindo com a invasão dos povos bárbaros, oriundos do leste europeu, cuja ocupação durou até às invasões árabes. Estas conduziram a uma querela religiosa, entre islamismo e cristianismo, resultando na fuga das populações cristãs para as montanhas. No século IX a cidade começa a ser reconquistada por D. Afonso, rei de Leão, mas no século X volta a cair nas mãos dos mouros e só no século XI é resgatada por D. Afonso III.
Localizado na fronteira, Chaves era ponto obrigatório dos invasores. Como medida de proteção, D. Dinis terá mandado erguer o castelo e a fortificação muralhada que ainda hoje condicionam a geografia da cidade.
O primeiro foral da cidade data de 1258, outorgado em 1514 por D. Manuel I.
Com a Guerra da Independência, foi montado em redor de Chaves um cerco por D. João I, que durou quatro meses. Posteriormente, D. Nun’Álvares Pereira fica como senhorio da vila, acabando por cedê-lo ao seu genro, D. Afonso, fundador da Casa de Bragança.
“A Cidade foi cenário de diversos episódios bélicos no século XIX, nela se tendo celebrado, a 20 de setembro de 1837, a designada Convenção de Chaves, após o combate de Ruivães, pondo termo à revolta cartista de 1837, conhecida pela revolta dos marechais. Em Chaves travou-se, a 8 de julho de 1912, o combate entre as forças realistas de Paiva Couceiro e as do governo republicano, chefiadas pelo coronel Ribeiro de Carvalho, de que resultou o fim da 1ª incursão monárquica”.
A 12 de março de 1929 Chaves foi elevada à categoria de cidade.
Chaves tem apostado numa política de desenvolvimento e fixação da população, criando infraestruturas e serviços. A gastronomia, nomeadamente com produtos como o presunto e os pastéis de carne, é um dos seus maiores atrativos turísticos, a par das águas termais. Pela excelência das suas águas minerais, Chaves é um dos principais destinos welness do país, existindo no concelho uma delegação do Turismo Porto e Norte de Portugal dedicada ao acompanhamento do produto de saúde e bem-estar.
Presidente: Nuno Vaz Ribeiro
População: 37 590 habitantes (Censos 2021 INE)
Área Geográfica: 591,32 km2
Web: www.chaves.pt
Montalegre é um concelho do distrito de Vila Real, um dos do Barroso, a par de Boticas, e com parte do seu território, cerca de 26%, integrado no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Dolmens e castros revelam que o território foi ocupado desde os tempos pré-históricos.
Os primeiros documentos sobre a existência da vila de Montalegre datam do reinado de D. Afonso III que, reconhecendo a importância estratégica do território a nível militar, concede o primeiro foral a Montalegre, em 1273. O foral foi confirmado e renovado por D. Dinis, em 1289, e por D. Afonso IV, em 1491.
Foram diversos os castelos erguidos nas terras de Montalegre, prova da sua importância militar, dos quais, atualmente, existem apenas alguns vestígios.
Um dos eventos mais importantes do concelho de Montalegre é a Feira do Fumeiro e do Presunto do Barroso, que recebe anualmente milhares de visitantes. São muitas as iguarias que podem ser apreciadas no certame, como presunto, pernis, queixadas, chouriças de carne, salpicões, alheiras, chouriços de abóbora, pão de centeio, mel, chás, licores, e muitos outros produtos.
Conhecido internacionalmente é o Congresso de Medicina Popular, impulsionado pelo Padre Fontes há 34 anos. O encontro, que tem lugar em Vilar de Perdizes, em Montalegre, ganhou visibilidade devido à «junção do sagrado e do profano protagonizado por um padre. Foi como que a arte de sacralizar o profano e profanar o sagrado». Trata-se de um ponto de encontro entre culturas, credos, medicinas, religiões, saberes, uma feira original que todos os anos atrai milhares de visitantes à região.
Também a celebração das sextas-feiras 13 tem lugar de destaque em Montalegre. Todas as sextas-feiras 13 do ano são comemoradas de forma singular, criando-se cenários únicos de criatividade. O projeto envolve centenas de participantes, nacionais e internacionais, profissionais e amadores, atraindo milhares de turistas.
São muitas as atividades que fazem do concelho de Montalegre um dos principais destinos turísticos transmontano.
Presidente: Maria de Fátima Pereira Fernandes Alves
População: 9 261 habitantes (Censos 2021 INE)
Área Geográfica: 806,19 km2
Web: www.cm-montalegre.pt
O concelho de Ribeira de Pena, integrado no distrito de Vila Real, é atravessado pelo rio Tâmega. De vales profundos e variedade paisagística, o concelho é apelidado por muitos de “Sintra de Trás-os-Montes”.
Ribeira de Pena é um concelho rico em vestígios arqueológicos, exemplo das diferentes ocupações, desde o Neolítico à cultura castreja, com destaque para os castros de Cabriz e de Lesenho.
Da ocupação romana subsistem exemplos como a Ara a Júpiter, adoçada a uma parede da Igreja de Santa Marinha, a Ara do Concelho e o Tesouro Monetário de Terra Nova.
Com o fim do império Romano, novos povos se instalaram no território. Necrópoles de sepulturas escavadas na rocha, de forma antropomórfica ou retangular, são testemunhos desse período de transição. “Frequentemente encontradas em rochedos e fonte de variadas lendas são as gravuras conhecidas como “cantinhos”, com origem provável na Idade Média”.
O primeiro foral de Ribeira de Pena data de 1331, outorgado por D. Afonso IV, sendo o segundo conferido por D. Manuel I. “D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, pelo seu casamento com D. Leonor Alvim, de Pedraça, possuiu diversas propriedades no concelho e a Quinta da Temporã figurou na doação a sua filha no casamento com o filho bastardo de D. João I, origem da Casa de Bragança”.
Aquando da reforma administrativa, no século XIX, o concelho esteve para ser extinto, mas, em 1853, manteve-se no novo mapa dos municípios, tendo sido anexadas as freguesias de Canedo e de Fiães do Tâmega, esta última mais tarde integrada no concelho de Boticas.
A agricultura e a pecuária são as principais atividades económicas da região, rica em gastronomia. Peixes do rio, cabrito, vitela maronesa, milhos, couves com feijão, morcelas doces e serrabulho doce são algumas das principais iguarias que têm levado muitos turistas a visitar o concelho.
A riqueza paisagística da região tem atraído muitos visitantes que procuram atividades de natureza, cultura, exercício físico e lazer. Assim, o concelho de Ribeira de Pena oferece um conjunto de percursos pedestres singulares como “O Caminho do Abade”, “A Levada de Stº Aleixo” e “Percurso pelo Rio Póio”, verdadeiros atrativos para os amantes da natureza.
Presidente: João Avelino Noronha Rodrigues de Carvalho
População: 5 884 habitantes (Censos 2021 INE)
Área Geográfica: 217,66 km2
Web: www.cm-rpena.pt
O concelho de Valpaços localiza-se no norte interior do país, integrando o distrito de Vila Real.
A atual cidade de Valpaços remonta ao primeiro período da nacionalidade (século XII -XIII), sendo inicialmente, pensa-se, um pequeno burgo habitado por nobres e famílias senhoriais.
São diversos os vestígios que ilustram a ocupação romana e as invasões bárbaras.
Um dos acontecimentos mais relevantes da história de Valpaços ocorreu em meados do século XIX, aquando da Guerra da Patuleia, em 1846. Valpaços foi palco de lutas de um movimento com características populares, mas que acaba por assumir uma elevada dimensão política.
Valpaços foi elevado a município em 1836 e em 1861 torna-se vila, por decreto de D. Pedro V. Em 1999 passa a ser cidade.
Rico em gastronomia, o concelho tem como produtos emblemáticos o presunto, o salpicão, alheiras, azeite, castanha, o vinho, entre outros, sendo a Feira da Castanha e a Feira do Folar dois dos principais eventos do concelho, reunindo produtores e visitantes apostados na excelência e qualidade dos produtos.
Mas nem só a gastronomia é forte atrativo da região. Também o opulente e vasto património cultural e religioso possibilita uma viagem pormenorizada pela história e biografia de um concelho que tem seguido uma política de desenvolvimento concertada e criado diversas estruturas e serviços para servir a população.
Presidente: Amílcar Rodrigues Alves Castro de Almeida
População: 14 701 habitantes (Censos 2021 INE)
Área Geográfica: 553,5 km2
Web: www.valpacos.pt
O concelho de Vila Pouca de Aguiar, pertencente ao distrito de Vila Real, localiza-se entre as serras do Alvão e da Padrela, num vale fértil, ladeado de montanhas propícias à criação de gado.
Com um rico e vasto património histórico e cultural, de que são exemplo o Monumento Nacional do Castelo de Aguiar da Pena, o milenar complexo mineiro romano de Tresminas com o seu parque arqueológico, as termas das Pedras Salgadas com o centenário parque termal, muitas zonas de lazer com a barragem da Falperra em foco, dolmens do Alvão, igrejas, sepulturas e pontes medievais, entre outros, o concelho oferece mais do que muitos pretextos para uma visita.
Quanto à origem do topónimo, “Vila Pouca” poderá ser uma referência, à semelhança de muitas povoações homónimas, a uma pequena “villa” agrária. Relativamente ao elemento “Aguiar”, etimologicamente, a palavra deriva do tema “aquila” que designa um local onde abundam as águias.
“No século XIII, o atual concelho de Vila Pouca de Aguiar estava em grande parte integrado na “terra” de Aguiar, à semelhança do que acontecia com o de Ribeira de Pena. Do século XII para o XIII, a dita “terra” era constituída por sete grandes paróquias, entre as quais se incluía a de S. Salvador de Jugal, que corresponde à atual freguesia de Vila Pouca de Aguiar. Não se sabe ao certo o motivo da alteração do topónimo de Jugal para Vila Pouca, nem tão pouco a data da alteração do mesmo, supondo-se que terá sido no século XIV”.
O concelho de Vila Pouca de Aguiar é essencialmente agrícola e pecuário, com destaque para o cultivo de cereais, batata, produtos hortícolas e vinho. Importantes também na economia da região são as minas de Jales.
Denominada de capital do granito, Vila Pouca de Aguiar tem no turismo termal uma das suas principais atrações. São diversas as estâncias existentes, com relevo para as conhecidas termas de Pedras Salgadas, inseridas num vasto parque e equipadas com diversas infraestruturas de tratamentos medicinais, entretenimento e lazer.
Presidente: António Alberto Pires Aguiar Machado
População: 11 812 habitantes (Censos 2021 INE)
Área Geográfica: 437,10 km2
Web: www.cm-vpaguiar.pt